Fado Bicha é um projeto musical, performativo e ativista criado em Lisboa, em 2017, por Lila Fadista, na voz e nas letras, e João Caçador, na composição e instrumentos. Tomando o fado como principal ferramenta de trabalho, Lila e João propõem-se a uma exploração livre desse património, que ultrapassa algumas das barreiras rígidas do fado tradicional atual, particularmente a normatividade de género e o apagamento das contribuições e das experiências das pessoas LGBTI, mas também a própria doutrina musical do que cabe dentro da denominação fado, esticando musical e liricamente as fronteiras do seu domínio.
O projeto assume-se de intervenção, partindo das identidades bichas de Lila e João e do seu envolvimento em meios e temáticas ativistas e de reflexão crítica sobre a história e identidade portuguesas, reclamando legitimidade a partir do caráter mutável do fado (como qualquer expressão artística), e da ancestralidade queer abafada – no fado e na sociedade portuguesa em geral.
Com mais de 250 concertos em dez países diferentes, vários singles e a canção de campanha de Joacine Katar Moreira em 2019, participações em teatro, cinema e televisão (representação e composição de bandas sonoras), o Fado Bicha participou ainda em 2022 no Festival da Canção, com a música “Povo pequenino”, e lançou, uns meses depois, o seu álbum de estreia, “OCUPAÇÃO”, com produção de Luís Clara Gomes (Moullinex), que figurou em várias listas de melhores álbuns portugueses do ano, incluindo um #4 na lista da Blitz.
Desde 2022, o Fado Bicha apresenta-se em trio, com a adição de LARIE, multi-instrumentista queer brasileire, nos concertos ao vivo.